Dia do Pai 2025
O Primeiro Apoio na Infância (Sub-4 a Sub-6)
O percurso de um atleta começa bem antes de pisar um campo, um pavilhão ou uma pista. Nos primeiros anos de vida, entre os Sub-4 e os Sub-6, a presença do pai é essencial para despertar o interesse e a paixão pelo desporto. O contacto inicial com a bola, a motivação para correr, saltar e explorar o mundo do movimento vêm muitas vezes do exemplo paterno. É nesta fase que a segurança emocional transmitida pelo pai cria uma base forte para a confiança da criança, permitindo-lhe experimentar sem medo de errar.
O Incentivo nos Primeiros Treinos (Sub-7 a Sub-9)
Nos primeiros anos de competição, o apoio do pai é fundamental para que a criança se sinta encorajada e motivada. Ao levar o filho aos treinos, acompanhar os jogos e demonstrar interesse genuíno pela sua evolução, o pai desempenha um papel de suporte e orientação. O exemplo de compromisso e dedicação ajuda o atleta a desenvolver valores essenciais como a disciplina, a perseverança e a resiliência. A presença paterna nestas idades evita também que o medo do fracasso se instale, pois o filho sente que tem sempre um porto seguro independentemente do resultado.
A Importância da Confiança e Motivacão (Sub-10 a Sub-12)
Com o crescimento, aumentam as expectativas e os desafios competitivos. Entre os Sub-10 e os Sub-12, o atleta já possui uma maior compreensão das dinâmicas do desporto e enfrenta adversidades que exigem um forte suporte emocional. O pai, ao celebrar as vitórias e ajudar a ultrapassar as derrotas, reforça a confiança do filho e ensina-lhe a lidar com emoções complexas. A forma como um pai reage à performance do filho influencia diretamente a sua perceção de si mesmo. Um pai que valoriza o esforço em detrimento do resultado contribui para o desenvolvimento de um atleta equilibrado e motivado.
A Presença na Adversidade (Sub-13 a Sub-15)
Na adolescência, os desafios tornam-se mais intensos, tanto a nível desportivo como pessoal. As pressões sociais, o rendimento escolar e a exigência competitiva exigem uma rede de apoio sólida. O pai tem um papel crucial na gestão das frustrações e no reforço da autoestima do jovem atleta. Estar presente não significa apenas assistir aos jogos, mas também saber ouvir, compreender e aconselhar. É fundamental que o pai ajude o filho a encontrar um equilíbrio entre a competição e a diversão, incentivando-o a manter a paixão pelo desporto sem pressão excessiva.
O Exemplo de Trabalho e Dedicação (Sub-16 a Sub-18)
Nesta fase, os jovens atletas começam a encarar o desporto com um grau mais elevado de seriedade. O papel do pai torna-se mais subtil, mas não menos relevante. Ao demonstrar, pelo exemplo, o valor do trabalho árduo, da resiliência e da persistência, o pai ensina lições que vão muito além do campo de jogo. As conversas sobre o futuro, as decisões sobre a carreira desportiva e académica e o apoio na definição de objetivos tornam-se aspectos determinantes nesta fase. O pai deve reforçar que o sucesso é fruto do esforço contínuo e não apenas do talento inato.
A Transição para o Alto Rendimento (Sub-19 a Séniores)
Quando um atleta entra na fase sénior, o desafio é ainda maior. As cobranças aumentam, as oportunidades diminuem e a pressão psicológica torna-se intensa.
O papel do pai é ser o pilar emocional que sustenta o atleta nas horas mais difíceis. Não se trata apenas de incentivar, mas de saber quando dar espaço e quando oferecer suporte ativo. Um pai que compreende as dificuldades do desporto de alto rendimento e que respeita o processo de amadurecimento do filho contribui decisivamente para a sua estabilidade psicológica e sucesso a longo prazo.
O Reflexo Paterno na Identidade do Atleta
A influência do pai na vida do filho vai muito além do desporto. De acordo com uma abordagem psicanalítica, como a defendida por Cristina Cairo, o pai representa o arquétipo da segurança e da identidade na formação da personalidade da criança. Desde o nascimento até aos 14 anos e meio, a presença paterna afeta diretamente a autoestima, a capacidade de enfrentar desafios e a perceção de autoridade (principalmente entre os 7 e os 14 anos e meio). Um pai presente, carinhoso e firme molda um jovem seguro, confiante e determinado. Por outro lado, a ausência ou uma relação distante pode gerar inseguranças e medos que afetam não só o rendimento desportivo, mas toda a vida do atleta.
Dia do Pai: Celebrar o Verdadeiro Treinador da Vida
No CD 1º de Maio, reconhecemos que cada atleta carrega consigo não apenas o treino e a técnica, mas também os valores transmitidos pelo seu pai.
Neste Dia do Pai, celebramos todos os homens que, com palavras de incentivo, gestos de apoio e presença inabalável, moldam campeões dentro e fora do campo.
Porque ser pai é muito mais do que estar presente nos jogos; é ser o primeiro e mais importante treinador da vida do filho. Obrigado a todos os pais que fazem do nosso clube um lar de valores e conquistas!
Feliz dia do pai.
Design, Fotos e Texto: Bruno Azevedo / CD 1º de Maio