Uma Manhã de Futebol e Família no 1º de Maio: Pais e Filhos Juntos no Campo

Escola de Futebol para Crianças no Funchal

A Alegria de Jogar em Família Pais/Filhos/Filhas na Escola de Futebol para Crianças no Funchal

O treino dos Petizes e Traquinas da Escola de Futebol para Crianças no Funchal,  CD 1º de Maio transformou-se numa festa memorável, com pais e filhos a dividirem o mesmo campo num jogo repleto de sorrisos e boa disposição.

A emoção de ver os pequenos atletas a correrem lado a lado com os seus pais foi contagiante, criando momentos únicos de cumplicidade. O desejo de marcar golo e de trabalhar em equipa esteve sempre presente, mas o mais importante foi a partilha de experiências entre gerações, fortalecendo laços através do desporto.

O Impacto no Desenvolvimento das Crianças, na Escola de Futebol para Crianças no Funchal

Além da diversão, esta atividade teve um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo e emocional dos jovens atletas. A interação com os pais em contexto desportivo estimula a autoconfiança, o respeito pelas regras e o espírito de equipa.

As crianças aprendem a lidar com vitórias e derrotas de forma saudável, enquanto os pais reforçam o apoio incondicional. Esta dinâmica fortalece não apenas as habilidades futebolísticas, mas também valores essenciais para a vida, como cooperação e resiliência.

A Equipa Técnica no Coração da Festa na Escola de Futebol para Crianças no Funchal

Liderados por Sandro Câmara e Luís Filipe, os treinadores também mergulharam na brincadeira, mostrando que o futebol de formação vai muito além da competição.

A sua participação ativa demonstrou a importância de criar um ambiente descontraído, onde o prazer de jogar prevalece. Esta abordagem reforça a missão da escola: formar não apenas bons jogadores, mas também pessoas felizes e equilibradas. Foi, sem dúvida, uma manhã que ficará na memória de todos os envolvidos.

Psicanálise do Futebol Familiar: Laços Inconscientes e Benefícios Emocionais

A Dinâmica Inconsciente entre Pais e Filhos no Campo

Sob a perspetiva psicanalítica, atividades como o jogo entre pais e filhos na Escola de Futebol para Crianças no Funchal do CD 1º de Maio revelam camadas profundas da relação familiar. O campo de futebol transforma-se num palco onde se reencenam dinâmicas inconscientes: o filho que procura aprovação ao marcar um golo, o pai que revive a própria infância através do jogo.

Freud diria que o desporto, enquanto sublimação, permite a expressão saudável de rivalidades e afetos. Quando um pai passa a bola ao filho, não está apenas a ensinar futebol—está a transmitir segurança e reconhecimento, elementos cruciais para o desenvolvimento do “eu” infantil.

O Jogo como Espaço de Identificação e Separação

Lacan destacaria o papel do “outro” na formação da identidade, e neste contexto, o pai (ou mãe) torna-se esse espelho. A criança, ao imitar os movimentos do progenitor no campo, internaliza não só técnicas desportivas, mas também valores como disciplina e fair-play.

Ao mesmo tempo, o jogo permite uma saudável diferenciação: quando o filho dribla o pai, há um simbólico “corte” necessário ao crescimento. Este equilíbrio entre identificação e autonomia é essencial para a estruturação psíquica, evitando tanto a dependência excessiva quanto o afastamento emocional.

Futebol e a Teoria do Apego: Fortalecendo Vínculos Seguros

John Bowlby, pioneiro da teoria do apego, argumentaria que atividades conjuntas como esta reforçam vínculos seguros. O campo torna-se uma “base segura” onde a criança explora (joga) sabendo que pode falhar sem perder o apoio parental.

Pais que participam ativamente—seja a celebrar um golo ou a consolar após um erro—enviam a mensagem implícita: “estou aqui, mesmo quando não és perfeito”. Isto contrasta com dinâmicas tóxicas de pressão excessiva por resultados, comuns no desporto infantil. Neste evento, o foco no prazer coletivo prevaleceu, criando memórias associadas a afeto e não a ansiedade.

A Sublimação das Rivalidades Fraternas e Geracionais

Melanie Klein analisaria as interações entre irmãos ou colegas de equipa como uma reedição das primeiras rivalidades infantis. Num jogo misto (pais, filhos, treinadores), os conflitos são ritualizados e resolvidos simbolicamente—o “golo” substitui a agressão, a “passe” substitui a competição destrutiva.

Para crianças com irmãos, dividir a equipa com os pais pode ainda equilibrar ciúmes, já que a atenção parental é democratizada no jogo. A equipa técnica, ao participar, atua como figura de autoridade benevolente, reforçando limites sem autoritarismo.

O Riso como Resistência ao Superego

A atmosfera descontraída, com risos e brincadeiras, tem um papel terapêutico. Freud associaria o humor a uma libertação temporária das exigências do “superego” (a voz internalizada da crítica). Quando um pai cai comicamente ao tentar um chapéu ou um filho comemora um golo com dança, há uma licença para o descontrolo lúdico—algo raro numa sociedade hiperfocalizada em desempenho. Para as crianças, essa leveza é um antídoto contra a pressão escolar; para os pais, um regresso a um “eu” menos rígido.

Conclusão: O Futebol como Linguagem do Inconsciente Coletivo

Carl Jung veria neste evento uma manifestação do “arquétipo do herói” em escala micro: pais e filhos, como parceiros, enfrentam desafios (o jogo) e saem fortalecidos. Os laços criados vão além do consciente—são inscrições emocionais que moldarão futuras relações de confiança. Para a equipa do 1º de Maio, esta iniciativa não é apenas treino; é um ato psicoeducativo. Prova que o desporto, quando humanizado, pode ser tão poderoso quanto uma sessão de análise—sem divã, mas com balizas.

Nota Final: Em tempos de distrações digitais e agendas sobrecarregadas, eventos como este resgatam o tempo de qualidade em brincadeira livre—algo que Winnicott considerava vital para a saúde mental. Que outras escolas sigam este exemplo, transformando o campo num consultório ao ar livre, onde se cura com bola e abraços.

Fotos e Texto: Bruno Azevedo / CD 1º de Maio

Shares:
Post a Comment

Deixe um comentário