Um Arraial à Moda Antiga
O dia de ontem foi de festa rija no recinto do CD 1.º de Maio, com um arraial que juntou a malta da casa, emigrantes da Suíça e dos Estados Unidos — incluindo o popular “Americano” — e muitos simpatizantes do clube. Entre comes e bebes, fartura não faltou: havia espetadas no pau de louro, milho frito, lapas, bolo do caco e cerveja fresquinha que escorria nas mãos de quem dançava e brindava. O cheiro da grelha misturava-se com a música popular que saía do palco principal, e logo se percebeu que o dia não seria apenas de convívio, mas também de grandes momentos culturais e artísticos. O ambiente era de pura alegria, com crianças a correr e seniores a sorrir ao ver a juventude dar vida ao clube.
Monte Verde e Aldora nos Despiques
A primeira atuação da noite veio com o Grupo Folclórico Monte Verde, que trouxe ao palco os sons tradicionais da Madeira, com trajes típicos e sapateia bem ritmada. Mas o momento alto deu-se quando Aldora se juntou ao grupo, entrando num despique divertido e talentoso com os elementos do grupo. A artista, sempre carismática, mostrou a sua arte de improviso, com quadras bem sacadas, ora puxando pelo público, ora lançando versos à plateia com graça e espontaneidade. O Grupo Monte Verde manteve o compasso, enquanto Aldora levava a plateia às gargalhadas e palmas ritmadas. O despique foi um dos momentos mais aplaudidos da noite, com muitos dos presentes a filmar e a partilhar o momento nas redes sociais com orgulho.
Alexandra Bárbara Levanta a Multidão
Depois do momento tradicional, a festa ganhou um ritmo mais moderno com a chegada da cantora Alexandra Bárbara ao palco. Com a sua voz poderosa e presença marcante, a artista pôs toda a gente a dançar com êxitos conhecidos e outros temas originais que conquistaram o público. A plateia, já bem aquecida pelos comes, bebes e boa disposição, acompanhava com palmas, assobios e danças improvisadas. Os emigrantes estavam particularmente animados, muitos com camisolas do clube ou bandeiras da Madeira às costas. Houve quem fizesse coreografias em frente ao palco, e outros que não resistiram ao convite da artista e subiram mesmo ao palco para dançar com ela. A interação foi genuína e calorosa — daqueles momentos que ficam na memória.
Aldora e Octávio Freitas em Despique Final
A noite ainda guardava um último grande momento: Aldora voltou ao palco, desta vez para um despique final com Octávio Freitas, figura bem conhecida pelo seu humor e talento vocal. O público reuniu-se novamente em frente ao palco, criando uma roda de atenção e gargalhadas. O despique entre Aldora e Octávio foi uma mistura de humor, música e improviso, com picardias saudáveis e muita criatividade. Aldora puxava pelos emigrantes, Octávio respondia com trocadilhos e ditados populares. O público, já conquistado desde o início da noite, respondeu com entusiasmo. Até o “Americano”, figura popular entre os presentes, foi mencionado em verso, para delírio geral. A festa fechou com um abraço entre os artistas e um brinde coletivo que celebrou o CD 1.º de Maio como ponto de encontro da cultura, tradição e comunidade.
O Palco, a Malta e a Alegria Partilhada
Durante toda a noite, o palco não foi só dos artistas: foi também do povo. A malta da casa e os emigrantes não se limitaram a ver — participaram. Houve quem criasse coreografias improvisadas em frente ao palco, outros dançavam de mãos dadas, formando rodas que lembravam os arraiais de antigamente. Aldora, sempre comunicativa, chamou vários para o palco, e até os mais tímidos acabaram por soltar o pé e dar um pezinho de dança em frente a todos. Foi um momento de união intergeracional, onde o futebol deu lugar à música e à tradição, mas sempre com o espírito do clube bem presente. A noite foi longa, mas ninguém queria ir embora. A alegria era contagiante e sentia-se no ar como o cheiro da brasa no início da tarde.
Hoje Continua: Música e Futebol em Festa
Mas a festa ainda não terminou! Hoje, a partir das 18h00, o recinto volta a ganhar vida, desta vez com novas atuações no palco. Leonardo Sousa, cantor e também atleta da equipa sénior de futebol do CD 1.º de Maio, será o primeiro a subir ao palco com um espetáculo que promete emocionar os colegas e amigos. Depois, segue-se Márcio Amaro com o seu estilo vibrante e contagiante, e a noite encerra com o DJ Mário Velosa, que trará batidas modernas para manter a energia no topo até ao último minuto. É uma oportunidade para continuar a celebrar e mostrar que o clube é mais do que desporto: é uma família onde música, cultura e desporto andam de mãos dadas.
Manhã de Jogos: O Futebol Começa Cedo
Já de manhã, antes da música, o futebol volta ao centro das atenções. Os escalões de formação dão o pontapé de saída logo às 09:00, com os SUB7 e SUB9 a disputar a 1.ª fase de grupos A, B, C e D até às 13:00. São jogos curtos, intensos, com muita emoção e onde o mais importante é ver os pequenos a sorrir, a aprender e a representar o CD 1.º de Maio com orgulho. Depois do almoço, às 14:30, entram em campo os SUB10 e SUB11, também com os seus respetivos grupos, numa tarde de futebol jovem que mostra o futuro do clube. Pais, avós e treinadores enchem as bancadas, criando um ambiente saudável e vibrante para os jovens talentos.
CD 1.º de Maio: Tradição, Comunidade e Futuro
O que se viveu ontem — e o que ainda se vai viver hoje — é a prova de que o CD 1.º de Maio é muito mais do que um clube desportivo. É um espaço de encontro, onde os emigrantes reencontram as suas raízes, onde as famílias convivem, onde os mais novos crescem com valores e os mais velhos se sentem respeitados. A festa popular, as atuações artísticas, os despique entre artistas, os jogos dos pequenos atletas — tudo contribui para esta identidade única que o clube mantém com orgulho. E assim se constrói um legado: com alegria partilhada, com música no coração e futebol nos pés. Viva o CD 1.º de Maio, viva o povo que faz esta festa acontecer todos os anos com alma e garra!
Entre a Música e o Trabalho de Bastidores | Staff e Pais dos atletas juntam-se na preparação dos campos
Enquanto uns cantavam, dançavam e aplaudiam os artistas no palco, outros davam o corpo ao manifesto nos bastidores. Staff do clube, treinadores, diretores e até alguns pais de atletas arregaçaram as mangas e meteram mãos à obra para preparar os campos para os jogos do dia seguinte.
Foi um verdadeiro esforço comunitário que mostra o valor da família dentro de um clube desportivo: balizas montadas, marcações no relvado refeitas, redes verificadas, cones e equipamentos organizados. À luz dos candeeiros e ao som da música ao longe, o trabalho foi feito com dedicação e orgulho. E como manda a tradição, depois do dever cumprido, juntaram-se todos numa espetada ao braseiro — não só para alimentar o corpo, mas para reforçar os laços que tornam o CD 1.º de Maio uma grande família.
Egídio Olim da AARAM – Um Presidente com Alma de Artista
Um dos momentos mais inesperados e memoráveis da noite aconteceu quando o presidente da Associação de Atletismo da Madeira, Egídio Olim, foi chamado ao palco. Entre aplausos e incentivos do público, aceitou o desafio com brio e mérito, mostrando que, além da liderança no desporto, também tem talento para a música. Com simpatia e à-vontade, pegou no microfone e brindou-nos com uma canção popular que rapidamente foi acompanhada em coro por todos os presentes. A sua atuação arrancou palmas e sorrisos, mostrando que o espírito do CD 1.º de Maio é inclusivo e festivo, onde todos são bem-vindos a participar, seja dentro de campo ou em cima do palco. Foi um gesto bonito que ficou no coração de quem assistiu.
Fotos, Vídeos e Texto: Bruno Azevedo / CD 1º de Maio
